Pensando em criar um espaço onde o mundo do trabalho pudesse ser pensado e ações referentes a esta dimensão da sociedade fossem realizadas com a finalidade de promover a geração de trabalho e renda e, consequentemente,  a inserção social, foi concebido o projeto do Centro de Referência do Trabalho – CRT, ou como é mais conhecido – Fábrica do Trabalho.  Localizado em Jucutuquara, nas instalações da antiga fábrica de juta, vem sendo erguido o espaço que certamente possibilitará a muitas pessoas ascender à condição de cidadãos, através da dignidade que só o trabalho é capaz de proporcionar.  Na Fábrica do Trabalho o trabalhador poderá contar com serviços de encaminhamento ao mercado de trabalho, acesso ao microcrédito, apoio ao associativismo e ao empreendedorismo e principalmente qualificação e formação profissional.

 

Foi a partir da década de 90, em função do cenário político e econômico daquele momento, que começou a se pensar a qualificação profissional na perspectiva que se tem hoje.  A Fábrica do Trabalho tem em seu escopo a proposta de colocar o trabalhador como protagonista e de possibilitar a ele uma formação crítica além de técnica. O município de Vitória entendeu ser necessário assumir, juntamente com as instâncias federal e estadual, a responsabilidade de promover a formação profissional cidadã.

 

A formação/qualificação profissional que será realizada na Fábrica do Trabalho fundamenta-se em “um conjunto de políticas, programas e ações de educação, independente do nível e de sua relação com a escolaridade, cujo princípio e objetivo é a formação para o trabalho em todas as suas formas” (Biondi Lima, 2011).   Partindo da proposta de arcos ocupacionais, conforme proposto pelo Ministério do Trabalho e Emprego – MTE, os cursos que serão oferecidos na Fábrica do Trabalho possibilitarão ao trabalhador uma formação ampla a fim de viabilizar tanto a inserção no mundo do trabalho, como também poderá ser um marco inicial para outras qualificações mais específicas.

 

É de fundamental importância que os governos tenham participação efetiva na gestão da qualificação profissional oferecida aos trabalhadores. Isto assegura que a formação profissional dê ao cidadão um conjunto de conhecimentos que possibilite sua inserção no mundo do trabalho como protagonista, ou seja, que ele seja capaz de refletir sobre a regulação do uso da força de trabalho, bem como sobre as lutas por melhores condições e relações de trabalho.  Vitória se torna pioneira ao realizar um projeto tão audacioso e ao mesmo tempo tão necessário neste momento da história social, econômica e política do Brasil, quando se busca promover a autonomia e o protagonismo do trabalhador.

Data de Publicação: segunda-feira, 23 de julho de 2012